31 março 2013

Coleguinhas românticos de Gonçalves Dias


A literatura romântica corta todos os laços com o Classicismo, abandonando todos os padrões e normas clássicas.  No que diz respeito ao conteúdo, os românticos valorizam o sentimento nacionalista e a exaltação à natureza. Além de Gonçalves Dias temos os seguintes poetas no  Romantismo no Brasil:

Gonçalves de Magalhães
Domingos José Gonçalves de Magalhães nasceu no Rio de Janeiro, em 1811. Viveu na Europa, onde teve contato com a poesia romântica. Sua obra “Suspiros Poéticos e Saudades” em 1836 foi considerada o marco inicial do Romantismo no Brasil. Morreu em Roma, em 1882. Seu poema mais conhecido foi “Noite tempestuosa” do livro Urânias. Algumas obras: Urânias (1862) e Cânticos Fúnebres (1864).

Álvares de Azevedo
Poeta que melhor representou a estética ultrarromântica. Tendência aos aspectos mórbidos e depressivos da existência, degeneração dos sentimentos, decadentismo e até satanismo. A escolha vocabular reflete essa tendência: "pálpebra demente", "matéria impura", "fúnebre clarão", "boca maldita", entre outros. Esta linguagem, acrescida de termos científicos, voltará no Simbolismo com Augusto dos Anjos. O livro "Liras dos vinte anos" foi considerado o livro-síntese dessa geração, pois revela a força lírica e a ironia romântico-macabra. Morreu tuberculoso aos 20 anos de idade, não sendo reunida em livro sua obra. Obras Principais: "Macário" - composição livre, meio diálogo, meio narração, "Pedro Ivo" (poemetos), "Noite na Taverna" - prosa narrativa fala da boemia estudantil da época, que era uma forma de protesto e fuga.

Junqueira Freire
Luís Junqueira Freire nasceu em 1832, em Salvador. Formou-se professor aos 20 anos. Morreu em 1855, logo após a publicação das Inspirações do Claustro. Seu poema em destaque foi “Meu filho no claustro”. Obras Principais: Inspirações do claustro e Contradições poéticas.

Casimiro de Abreu
Poeta que representa a sensibilidade brasileira espontânea. Levou vida boêmia e morreu de tuberculose. Sua poesia não foi muito inovadora, sendo considerado o mais ingênuo dos românticos. Conhecido como "poeta da infância", fala muito da inocência perdida e de temas do chamado “romantismo descabelado”, que é o exílio e o lirismo amoroso. Obras Principais: Camões e o Jau (teatro), Carolina (romance), Camila (memórias), A Virgem Loura (prosa) e Primaveras (poesia).

Fagundes Varela
Poeta romântico boêmio inspirado pelo byronismo. A morte marca sua vida pessoal com a perda do filho de três meses e da ex-esposa. Por sua amizade com Castro Alves, fez a ponte da poesia pessimista à poesia social. Falece, alcoólatra e mentalmente desequilibrado tornando-se o protótipo do poeta maldito brasileiro. Obras Principais: Poesias: Noturnas (1861), O Estandarte Auriverde (1863), Vozes da América (1864), Cantos e Fantasias (1865), Cantos Meridionais (1869), Cantos do Ermo e da Cidade (1869), Anchieta ou Evangelho na Selva (1875), Diário de Lázaro (1880), Cantos Religiosos (1878). Prosa: Ruínas da Glória, Ester, Ina, Cora.

Castro Alves
Porta-voz das ânsias coletivas tem na poesia abolicionista sua melhor realização na linha social. Em suas obras, atribui ao poeta a missão de denunciar as injustiças sociais e de clamar pela liberdade ("Adeus, meu canto").
Esse tipo de poesia se realiza num estilo vibrante, em que predominam as figuras de linguagem, empregadas quase sempre em função de elementos grandiosos da natureza, que sugerem imensidão, força, majestade, configurando assim o estilo chamado condoreirismo. Sua poesia amorosa é bem mais sensual do que se fazia na época. Nela, a mulher, diante das vagas idealizações ultrarromânticas, aparece em toda sua beleza física e envolvida por um clima de erotismo e paixão, prenunciando o Realismo. Como a maioria dos poetas românticos morre cedo, aos 24 anos de idade. Obras Principais: "Espumas Flutuantes" (1870), "A Cachoeira de Paulo Afonso" (1876), "Os escravos" (1883), Além das poesias escreveu para o teatro “Gonzaga ou a Revolução de Minas” (1876).

Gonçalves Dias: o poeta com a linguagem mais equilibrada



Gonçalves Dias destacou-se nas poesias líricas e épicas. No estilo romântico, é o verso livre e o verso branco que definem a escola romântica. A temática principal de seus poemas era a valorização das maravilhas da natureza pátria.

Poesias líricas:

A poesia lírico-amorosa é caracterizada pelo sentimentalismo e visão trágica do amor.  Aparecem nos poemas as marcas do romantismo como o pessimismo, insatisfação e individualismo. O exemplo disso são os fragmentos dos poemas “Ainda Uma Vez – Adeus!” e “Olhos verdes”.
  
Ainda Uma Vez – Adeus!
I – Enfim te vejo! – enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito Penei! Cruas Ânsias
Dos teus olhos afastado
Houveram-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti!




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Olhos verdes

São uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos de verde-mar;
Quando o tempo vai bonança;
Uns olhos cor de esperança,
Uns olhos por que morri:
Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

Como duas esmeraldas,
Iguais na forma e na cor;
Têm luz mais branda e mais forte,
Diz uma - vida, outra - morte;
Uma - loucura, outra - amor.
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

São verdes da cor do prado,
Exprimem qualquer paixão,
Tão facilmente se inflamam,
Tão meigamente derramam
Fogo e luz do coração;
Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

A poesia lírica naturalista e saudosista apresenta contemplação da natureza como manifestação de Deus. A Natureza também é o refúgio do poeta nos momentos de saudade, solidão e desalento. Uma de suas poesias mais famosas é a Canção do Exílio que tem a natureza brasileira na visão romântica:

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias   Poesias e Características, Obras do Romantismo Brasil 1x1.trans



Poesias épicas:

A poesia indianista expressa um ideal de homem brasileiro, que é retratado no índio mítico e lendário, inspirado no “bom selvagem” de Jean Jacques Rousseau. Tem por base o cavaleiro medieval, que é herói e guerreiro. Os exemplos desse tema são “Os Timbiras” e “I-Juca-Pirama”. Esse último, narra o último descendente Tupi, que é feito prisioneiro de uma tribo inimiga. Abaixo segue um fragmento.



I-Juca-Pirama

Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo 
Da tribo Tupi.

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.

Antônio Gonçalves Dias: Primeiro grande poeta do Romantismo brasileiro


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O nosso poeta era nordestino da cidade de Caxias, no Maranhão. Filho de um português e uma mestiça brasileira, nasceu no dia 10 de agosto de 1823. Iniciou seus estudos no Maranhão, mas viajou, com seu pai para Portugal, logo cedo. Em Coimbra no ano de 1843, escreveu seu famoso poema "Canção do Exílio", no qual expressa o sentimento da solidão e exílio.
Outra grande obra do autor, o poema indianista Os Timbiras, ficou incompleto, pois durante o naufrágio em que o poeta morreu, perderam-se também os textos.
Em 1846, muda-se para o Rio de Janeiro, onde se dedica ao magistério (professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II), ao jornalismo (redator da revista Guanabara) e à elaboração de sua obra poética, teatral, etnográfica e historiográfica, consagrando-se como um grande poeta e teatrólogo.
Deu romantismo ao tema índio e uma feição nacional à sua literatura. Lembrado como um dos melhores poetas líricos da literatura brasileira, é Patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras.


25 março 2013

Romantismo no Brasil



No Brasil, percebe-se o desejo de criação de uma literatura nacional, aos  poucos vai-se abandonando o tom lusitano, a fim de dar lugar a um estilo mais próximo da fala brasileira. Era o nascimento do Romantismo que foi desenvolvendo-se e enriquecendo-se.
Os românticos preferiram uma linguagem mais coloquial e simples, criando ritmos novos e variando as formas métricas. Essa liberdade de expressão é uma das características típicas do Romantismo. Na poesia, distinguem-se três fases, as chamadas Gerações Românticas:




1ª Geração ou Nacionalista ou Indianista: Uma das formas mais significativas do nacionalismo romântico. O índio passa a ser idealizado e ganha um tom de nobreza, valoroso, fiel. Os principais poetas foram Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto-Alegre. Os temas principais giravam em torno exaltação da natureza, excesso de sentimentalismo, amor indianista e nacionalista.



2ª Geração, Ultrarromântica ou Mal do Século: Esses poetas expressaram em seus versos pessimistas e melancólicos um profundo desencanto pela vida. Muitos marcados pela tuberculose, mal que deu nome à fase e outro marados por amores impossíveis. Tinham com poetas Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela. Seus temas eram egocentrismo, sentimentalismo exagerado, morte, tristeza, solidão, subjetivismo, idealização da mulher.


3ª Geração, Condoreira ou Social: Poesia social e libertária que reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II. Os poetas mais conhecidos dessa geração foram Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Seus temas principais eram os sentimentos liberais e abolicionistas.


Somos alunos do 2º ano A do Colégio Diocesano Dom Bosco, em Petrolina-PE, Brasil. Esse blog faz parte das atividades avaliativas da Disciplina de Literatura ministrada pela professora Vera Cezar. O trabalho tem a finalidade de estudarmos os poetas do Romantismo brasileiro. A nossa equipe ficou com a tarefa de apresentar informações sobre Gonçalves Dias. 




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